sexta-feira, 20 de julho de 2012

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Quero te recuperar todas as vezes em que te vejo. E nao para é mim, é te recuperar de ti mesmo, salvar as tuas partes decadentes que vivem nas margens, entrando em becos, descendo ralos e convivendo com menos do que os teus olhos merecem. Quero te levar para cima, te mostrar como é o nascer do sol e deixar que você tire suas próprias conclusões sobre a claridade. Posso estar ainda tentando encontrar a luz dos meus cômodos escuros, mas sei que sempre vou ter um pouco que seja de luminosidade para ti. Para os bons a gente cria luz. Teus olhos já são a luz mais bonita que a vida me apresentou. Por quê? Você ao menos sabia que nao me deixava dormir? Sabia que eu queria tanto, mas tanto, com uma força incrível te salvar? E sabia que nao sou nada? Porque me salvar também é um caminho, mas eu te olho, olho de novo… Você tem todos os ângulos que me ferem, embelezam, acalmam e tumultuam. Você tem os ângulos perfeitos para se perder, e eu, perdida desde sempre, ainda vou te salvar. Vamos andar na praia, à noite ou de dia, molhar os pés na água, gelada ou fria, correr entre os carros da avenida, parados ou em movimento, visitar vizinhos antigos, por distração ou divertimento. Vamos dar um jeito de arrancar da pele sorrisos e do choro uns bons exageros que virem piada. Te salvar. Me perder. Acorrentar os nossos caminhos a qualquer confusão e deitar a cabeça no travesseiro gelado, enquanto uma mão busca a outra, pedindo em voz baixa: amanhã, que a gente se recupere.

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